Rachaduras, trincas e fissuras, qual a diferença?
É considerado comum que as construções de alvenaria e concreto apresentem rachaduras, trincas ou fissuras com o passar do tempo.
Isso se deve muito à baixa elasticidade destes materiais e que, por isso, são mais suscetíveis às movimentações da estrutura.
As estruturas se movimentam devido as ações do tempo e exposição as condições climáticas.
Este é um problema recorrente, e mesmo depois de intervenções para correção, eventualmente elas aparecem de novo.
As fissuras surgem quando a força no material é maior que a sua capacidade de resistência, e as trincas são formas de diminuir as tensões.
Sendo assim, quanto maior for a resistência aplicada na estrutura, maior essas fissuras vão ser.
Porém quando essas trincas, rachaduras ou fissuras começam a ser maiores, pode ser sinal de que a construção está com problemas estruturais.
Rachaduras, trincas e fissuras?
Qual a diferença entre as três?
Em termos técnicos, a nomenclatura mais correta é fissura e trinca, e elas são classificadas conforme o tamanho da sua abertura.
Segundo a norma de impermeabilização, a NBR 9575:2003, as microfissuras têm abertura inferior a 0,05 mm.
As aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e acima de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são chamadas de trincas.
O termo rachadura é uma expressão mais popular, que é usado para denominar quando as fissuras ou trincas tem uma abertura mais ampla.
Outra diferença na classificação das fissuras é se elas são ativas ou passivas.
As aberturas ativas variam conforme as mudanças de tensões.
Um exemplo de fissura ativa é aquela causada pela dilatação e contração térmica.
Quando a fissura não varia ao longo do tempo ela é chamada de fissura passiva.
Independentemente do tamanho e do tipo, as fissuras e trincas são indicativos que a estrutura está sob tensão.
As normas de desempenho de concreto preveem as aberturas devido à natureza do material, e, portanto fissuras maiores merecem atenção.
CAUSAS DE FISSURAS E TRINCAS NAS EDIFICAÇÕES.
O que são recalques de Fundação?
Os recalques diferenciais de fundação são algumas das causas mais recorrentes de fissuras e trincas nas edificações.
A principal manifestação desta patologia são as fissuras em ângulo aproximado de 45º que normalmente aparece nos cantos de portas e janelas.
O recalque acontece quando existe diferença de adensamento do solo, assim diferentes partes da edificação acabam se “rebaixando”.
Quando maior é a diferença dos pontos de recalque, maior será o problema para a construção.
Quando é preciso ficar alerta?
Esse tipo de fissura já é previsto, pois é praticamente impossível prever todos os recalques de fundação.
Quando as fissuras começam a ficar cada vez maiores, é preciso ligar o sinal de alerta.
Primeiramente, pois essas aberturas são pontos críticos de infiltração, e podem comprometer a parede tanto interna quanto externamente.
Além disso, trincas grandes são indicativas de problemas mais sérios de fundação.
O que devo fazer?
Os primeiros passos que o profissional deve tomar estão relacionados à identificar a causa e real gravidade do problema.
Em geral, é preciso tomar os cuidados de correção e consequentemente selagem das fissuras, principalmente para evitar os problemas decorrentes da infiltração de água.
Entenda:
- Como acabar com a infiltração
2. Variação Térmica
A variação térmica é a causa mais comum das fissuras ativas. As diferenças de temperatura causam dilatação e contração dos materiais e, quando não são feitas as juntas de dilatação, surgem as fissuras.
É possível notar esse tipo de patologia nas paredes, e principalmente no teto onde a incidência e a área são maiores.
É muito comum vermos as fissuras ocorrem próximo do encontro das lajes com a alvenaria.
Quando devo me preocupar?
Novamente, são fissuras de certa forma esperadas.
O que não pode ocorrer é o aumento constante dessas trincas, de forma que a alvenaria seja comprometida de forma irreversível.
O profissional deve investigar as causas das fissuras, e avaliar como elas estão se comportando.
O que devo fazer?
Se as juntas de dilatação não foram feitas durante a execução da estrutura, é essencial que sejam feitas neste momento.
As juntas funcionam como um ponto de alívio de tensões, e a estrutura pode se movimentar sem comprometer a segurança e estabilidade da edificação.
Saiba mais:
- Juntas de dilatação e os efeitos das variações climáticas nas estruturas
3. Retração do Concreto
O concreto e as argamassas em geral, como sabemos, devem passar por um processo de cura, popularmente conhecido como “secagem”.
É preciso respeitar esse período, pois durante o processo de cura a perda muita rápida de água causa a retração, e consequentemente fissuras.
É por isso que é recomendado manter a superfície da laje úmida após a concretagem, por exemplo.
Da mesma forma, os prazos de execução de trabalhos de emboço e reboco devem obedecer às recomendações das normas técnicas, evitando assim maiores problemas com as trincas.
Quando devo me preocupar?
As fissuras de reboco e emboço devido a retração excessiva durante o processo de cura não apresentam um risco estrutural, mas podem acabar comprometendo o acabamento e revestimento final.
O que devo fazer?
Quando as fissuras nas paredes e teto estiverem perceptíveis, é uma boa prática refazer o revestimento, dessa vez respeitando os prazos estabelecidos por norma para a seqüência de execução dos trabalhos.
Já em relação às fissuras nos elementos estruturais, a recomendação é procurar ajuda profissional para fazer a avaliação dos riscos.
Rachaduras na Estrutura
Em relação às rachaduras e grandes trincas nos elementos estruturais (vigas, pilares, lajes e fundação) é preciso entender que se trata de um problema muito sério.
As rachaduras podem surgir pelos mais diversos motivos, além dos já citados, a falha de execução, o uso de materiais de baixa qualidade, a falta de manutenção preventiva, fenômenos naturais como fortes chuvas, ventos, abalos sísmicos, falha de dimensionamento de projeto.
Portanto, ao identificar grandes aberturas nas estruturas procure ajuda profissional imediatamente – se você é síndico, não deixe de inspecionar o prédio periodicamente para identificar as rachaduras o quanto antes. E principalmente, não tente resolver o problema com as próprias mãos, e utilizando técnicas e materiais inadequados com o risco muito grande de agravar ainda mais o problema.
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